Viagem ao Médio Oriente – Dia 2 e 3

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Quinze anos depois:

Viagem ao Médio Oriente

por João Gonçalves

editado por Martha Appelt

 

 

Dia 2

(9 de Fevereiro de 2003)

– De Istambul a Nevşehir –

Lá vamos nós no nosso tó, com o pessoal sempre a fumar e a abrir umas cenas no tecto. Foram mais quilómetros a rapar um frio do caraças e a intoxicar com o fumo. Pelo caminho paramos para comer. Lá fui buscar dois hambúrgueres e pagou o justo pelo pecador, pois já tinha sido roubado e agora foi a minha vez de não pagar. Se tivesse pago, voltávamos a ser roubados, por isso… Chegámos a Nevşehir de manhã e demos umas voltas à procura do quarto mais barato – isto já em Göreme a 11km – e sempre a dizer aos donos que já voltávamos, com a desculpa que o Marcelo ia ter com uns amigos ali a outro hotel.

Conseguimos um quarto por 6 milhões cada um. Depois fomos à procura de um restaurante e lá conseguimos um com desconto de 10%. Nunca pensei que pudéssemos ser tão esmifras, mas a escola já vem de outras viagens e isto ainda é o princípio. Depois demos umas voltas por aqui, onde foi filmado o Star Trek. Espetáculo! De tarde fomos à boleia até Uchisar (com uma gaja) e voltámos. Fomos dormir cedo, pois estávamos todos rotos.

 

 

Nevşehir, Turquia

 

Dia 3

10 de Fevereiro de 2003

Derinkuyu – Mevshir – Kayseri

Acordámos às 10:00, banho de água supostamente quente (pior que a pior do Delta – residência onde ficávamos em Erasmus, na Grécia) e fomos à boleia para Nevşehir. Dali apanhamos um tó para Derinkuyu e fomos ver uma cidade subterrânea (8 andares). Espetacular!

 

 

No caminho de volta, apanhámos alto nevão em Nevşehir.

 

De volta a Göreme, apanhámos a tal tózinho de nove lugares, mas éramos vinte e quatro e quando pensei que era impossível meter mais gente, ainda entrou uma velha gorda e outro gajo. Ainda em Mevshir fomos comer uma cena tipo gyros (barato) e ficámos grandes amigos dos gajos que lá trabalhavam. O chefe só dizia duas ou três palavras em inglês, mas tivemos grande conversa. Falámos da guerra, das moedas e economias europeias, ele disse que os portugueses eram fixes, tal como maior parte dos países europeus, o Iraque e a Síria… mas os franceses e alemães não curtia muito, enquanto que aos Gregos, Arménios, Milosevic, Russos e todos aqueles das ex-repúblicas soviéticas terminadas em vão já curtia mais. No final, tivemos direito a foto, grandes despedidas e com a mãe de um deles a dar beijos ao Marcelo. Trouxemos a morada dele para lhe mandar um postal. Comprámos pão (barato) para comer durante a viagem para Autakia (perto da fronteira com a Síria).

 

Amigos que fizemos em Mevshir no restaurante de gyros

 

Entrámos no tó – parecia Las Vegas à noite – e abancámos logo na parte de trás para nos podermos deitar. Apareceu logo um puto que lá trabalhava, que nos “obrigou” a ocupar os nosso lugares, apesar de só irem mais 7 pessoas no tó (de luxo, o melhor em que já viajei).

Chegámos agora a Kayseri, onde estamos a esperar 2 ½ horas pelo tó de ligação. Como não podia deixar de ser, lá vem o cházito – de borla – como em toda a Turquia.

É quase meia noite e pensei que o dia tava acabado, mas o cota da estação dos tós queria vender uma mulher – nada de especial, uns levariam-na – por 1 milhão de euros. Após longa discussão – sempre em turco – já se fazia uma troca: esta de borla e o Marcelo arranjava-lhe uma em Portugal. O homem chamava-se Oman e a mulher Leyla.

Vem aí o tó e o quarto dia.

 

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